Disponibilização de recursos hídricos qualificados para o consumo animal é o grande diferencial do setor, diz especialista
Em 2023, a renda agropecuária brasileira deve atingir R$ 1 trilhão em 2023, com destaque para os R$ 647 bilhões do setor agrícola, em um cenário marcado pela safra recorde de grãos e alta nas exportações. Na pecuária, a estimativa é que a renda fique acima de R$ 350 bilhões. Os dados são da MB Agro – consultoria voltada para análises do mercado agrícola brasileiro, e evidenciam a importância do agronegócio para a economia nacional.
Produtos agrícolas e pecuários devem impactar expressivamente a balança comercial deste ano. Somente de janeiro a abril, a agropecuária respondeu por um quarto das exportações do país, alcançando US$ 25,8 bilhões. Em meio ao crescimento expressivo do setor, mudanças climáticas, deixam especialistas em alerta quanto à possível escassez hídrica.
“A água é um recurso natural fundamental para a produção de bovinos de corte e de leite.O animal que não bebe água suficiente pode apresentar diversos problemas de sanidade, o que prejudica a qualidade da carne e gera perdas econômicas”, diz Fernando Silva, CEO da PWTech, startup nomeada pela ONU como uma solução humanitária no acesso à água potável.
Hoje, um dos fatores que explicam o sucesso da pecuária no Brasil é a disponibilidade de recursos hídricos e de solos para o cultivo de pastagens, mas a produção de bovinos está longe de ser hidricamente sustentável. Por meio de técnicas adequadas, é possível produzir carne e leite de qualidade e conservar os recursos hídricos, garantindo segurança sanitária e ambiental.
A água é um nutriente necessário para todo o funcionamento do organismo, atuando na regulação do metabolismo, na digestão, no metabolismo de nutrientes e energia, na produção e transporte de metabólitos na corrente sanguínea, respiração, na excreção de resíduos, na termorregulação, no crescimento e na reprodução. “Embora a água seja um nutriente vital aos animais, sua exigência tem sido desvalorizada em comparação aos demais nutrientes. A água deve ser ofertada já no primeiro dia de vida dos animais, logo após o nascimento. O atraso afeta diretamente nas exigências hídricas dos animais, prejudicando diretamente as funções metabólicas”, complementa Silva.
O consumo de água pelos ruminantes é influenciado por diversos fatores como: tipo e categoria animal, idade, estágio fisiológico, temperatura ambiente, alimentação (principalmente ao teor de matéria seca, consumo de sal e proteína da dieta) e da qualidade da água. As vacas em lactação, por exemplo, possuem uma exigência de água muito superior às outras, consumindo entre 60 a 80 litros de água por dia.
Dependendo da qualidade da água, o consumo e aceitabilidade por parte dos animais pode ser influenciado. A qualidade da água depende de diversos fatores, como as propriedades organolépticas (cor, odor, sabor), propriedades físico-químicas (pH, sólidos dissolvidos, dureza, condutividade elétrica), presença de compostos tóxicos (metais pesados), excesso de minerais ou compostos (nitratos, ferro, sulfatos) e de aspectos microbiológicos, como a presença de coliformes totais.
De acordo com Resolução CONAMA 2005 nº357/2005, a qualidade de água fornecida aos animais deve receber um tratamento convencional adequado, possuindo as mesmas características da água destinada ao consumo humano. Hoje, na pecuária, ainda existem diversos produtores que utilizam açudes, lagoas e cacimbas como fonte de água exclusiva para os animais. “Estes apresentam uma maior facilidade de contaminação de água e disseminação de doenças no rebanho, como diarréia e botulismo, o que impacta diretamente na saúde e desempenho dos animais. É indispensável que a qualidade da água esteja dentro dos padrões para uma produção qualificada”, finaliza Fernando Silva, CEO da PWTech.
Com informações da assessoria*
Fonte: AGRO LINK