Minerva prevê avançar mais na exportação de carne

A Minerva Foods (BEEF3), maior exportadora de carne bovina da América do Sul, espera elevar ainda mais a participação das vendas externas no “market share” da empresa durante o segundo trimestre de 2020, devido ao cenário de alta demanda combinado à escassez de oferta de proteína, disse à Reuters o CFO da companhia, Edison Ticle.

Com o fechamento de unidades nos Estados Unidos devido ao coronavírus, a empresa espera se beneficiar de vendas aos norte-americanos e também a países que tradicionalmente compravam carne no país da América do Norte.

Considerando as operações no Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Colômbia, a exportação representa 68% dos negócios e as vendas internas, 32%.

O executivo afirmou que não é possível prever o potencial para o crescimento dos embarques, mas lembrou que o mercado externo já chegou a representar 80% dos negócios da empresa.

Atualmente, a Minerva responde por cerca de 20% de toda a carne bovina embarcada pela América do Sul.

Assim como na concorrente Marfrig Global Foods (MRFG3), Ticle disse que a Minerva já identificou um incremento na demanda dos EUA por carne bovina sul-americana em meio aos fechamentos de frigoríficos naquele país por causa de funcionários infectados pela Covid-19.

“O efeito (dos fechamentos de plantas) está sim acontecendo. Estamos sentindo principalmente (aumento) na importação dos EUA e de países que compravam (carne) dos EUA que agora estão buscando a gente.”

Segundo Ticle, a companhia tem plantas no Brasil, Argentina e Uruguai habilitadas para vender aos norte-americanos.

Dentre os demais mercados compradores, ele destacou que a China voltou com força nas aquisições da proteína desde meados de março, após o controle parcial da crise do coronavírus no país. “Há também restrição na oferta de carne na Índia e na Austrália” que favorecem as exportações brasileiras.

“Neste contexto, vamos assistir a demanda ainda maior para a exportação no segundo trimestre, aliada à oferta restrita de carne em importantes compradores”, estimou.

Vale destacar que a China segue afetada pelo surto de peste suína africana, que dizimou parte das criações de suínos no país e tem elevado as compras de proteínas de origem animal desde o ano passado.

No mercado interno, segundo o CFO, a perspectiva é de recuo nos preços da carne bovina decorrente do recuo no poder de compra da população e da substituição por proteínas mais acessíveis, em meio à crise do coronavírus.

“A continuidade da queda de preços que já está acontecendo vai depender do tamanho do impacto que a recessão econômica vai ter sobre o consumidor”, disse.

Fonte: Reuters.

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