Dólar despenca para abaixo dos R$ 5: O QUE FAZER?

Hora de segurar ou vender a soja e o milho? Pode cair ainda mais?

A moeda brasileira ganhou força nos últimos dias após a divulgação dos dados de inflação no Brasil, que foram abaixo do que mercado previa. Além disso, aponta a Consultoria AgResource Brasil, o índice dólar acumula perdas diante das expectativas sobre a proximidade do fim do aperto monetário nos EUA favorecendo o desempenho de moedas emergentes.

“A valorização do real hoje é acompanhada por outras moedas no mundo. O mercado reage à divulgação da inflação norte-americana abaixo das expectativas, que pode ter efeito no ciclo de alta de juros nos Estados Unidos”, afirma o head de investimentos da Nomad, Caio Fasanella.

De acordo com o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, há uma mudança de perspectiva de taxa de juros nos EUA no fim do ano e a valorização dos preços das commodities. Para ele, existe chance do Real seguir em alta com a continuidade da forte entrada da moeda norte-americana no Brasil – que busca investimentos com juros altos, levando o Dólar a fechar o ano na casa de R$ 5,00.

O analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica, Luiz Pacheco, aponta que o valor atual do Real frente ao Dólar no Brasil está até acima do que seria o adequado, mencionando os R$ 4,85 como patamar real. Segundo ele, essa valorização causa impacto nos preços dos produtos agrícolas brasileiros, porque tira um pouco da competitividade no mercado internacional, levando a uma preferência pelos norte-americanos, por exemplo. Além disso, a desvalorização do Dólar diminui proporcionalmente os custos das matérias-primas importadas, melhorando a lucratividade do produtor brasileiro.

ENTÃO, O QUE FAZER?

Questionado sobre ser hora para segurar ou vender seu grão, Pacheco lembra que o Dólar não é o único fator determinante para isso, mas, sim um conjunto de outros fatores que estão influenciando o mercado. “Desde novembro último que estamos recomendando vender a soja e aplicar o dinheiro, que renderia mais do que deixar no armazém. Quem seguiu a nova recomendação tem hoje o equivalente a R$ 216,40/saca, enquanto o mercado atual paga R$ 135,00 na maior parte das regiões brasileiras”, conclui.

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